segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Do meu quintal


Foi-se o Verão e foram-se os frutos típicos da época. Porém, teimosamente, o tempo continua quente e ainda nos restam algumas coisas para nos alegrar o olhar.

Ainda temos umas romãs muito bonitas, muitos kiwis, um ou outro dióspiro e"bué" de jindungos e columbos, para nos aquecerem no tempo frio que, inexoravelmente, acabará por aparecer.

Ah, a minha adega favorita já abriu. Vou com 4 dias de aguapé a rodos, que os meus intestinos estão a aguentar muito bem.

Xico, sempre atento para nova saída. Lá oferecem-lhe petiscos diversos e vive feliz com isso.




























quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Nova aventura do Xico


Xico colocou-nos em sobressalto mais uma vez.


Pouco antes das 8 da manhã de ontem, meu sogro franqueou-lhe o portão para que, como habitualmente, fosse satisfazer as suas necessidades fisiológicas a um descampado próximo. Meio hesitante, por não ir acompanhado, algo renitente, lá seguiu o seu destino.

Ele ultimamente tem demonstrado alguma carência, presumivelmente por, dada a sua idade, depois de algum esforço, ficar meio coxo de uma das patas anteriores mas, sem juízo, muitas vezes excede as suas capacidades.
Assim voltou a suceder! Passaram-se as horas e, cerca da uma da tarde, ainda não lhe tínhamos posto a vista em cima.
Por tal razão, mais uma vez, pouco convicto, lá me meti no jipe na tentativa de o localizar. Digo pouco convicto porque, quando assim sucede, sei que tal se deve há existência de namorada em estado interessante e, mesmo que o encontre, jamais me dá mão, olvidando a nossa amizade e empatia.

Almoço em atraso, barriga a "dar horas" e nada!...

Na busca cruzámo-nos com o dono do Tori, o tal filhote do Xico, já aqui falado no blogue, que também dera por sua falta sensivelmente à mesma hora, adiantando que estava farto de o procurar...
Pensei para comigo "Não há vergonha. Pai e filho na mesma orgia!..."

Quando estava prestes a desistir e vir almoçar, eis que recebi uma chamada para o celular, a dar notícias do meu amigo. Sabem quem telefonou? Nem com um doce podem adivinhar!... A chamada veio da..... POLÍCIA!

Ao chegar à Esquadra atravessei silenciosamente o átrio para poder flagrar a sua postura mas, ao entrar na área de atendimento, Xico pressentiu-me não sei como e levantou-se imediatamente de junto do graduado de serviço, detrás do balcão, onde se encontrava deitado. Dirigiu-se-me contente, com a cauda a bater, porém com o olhar algo envergonhado, molhado, a coxear e cheio de carrapichos.

Pelos policiais foi dito que Xico chegou junto da porta da Esquadra, sentou-se virado para o interior e ficou a aguardar. Por sorte, um policial mais antigo reconheceu-o e abriu a porta envidraçada que lhe obstava a passagem, após o que entrou e, acarinhado, lá seguiu para o local onde o fui encontrar.

De regresso, meio corpo fora da janela, cabeça ao vento, orelhas quais asas a bater, lá veio o Xico sorridente, embora cansado e dorido, satisfeito com mais uma aventura que acabou bem para ele e para mim também.

A nossa moradia situa-se num bairro periférico, a cerca de 2,5km do centro da cidade, onde a Esquadra se encontra. O meu amigão, àquela hora, teve que atravessar artérias com trânsito intenso. Não sei se se colocou ou colocou terceiros em risco, porém nenhum humano me soube relatar como conseguiu fazer o trajecto.

Restou-me "perguntar-lhe" a ele mesmo, ao que "respondeu" ter encontrado o filhote que, consigo, acompanhou uma matilha atrás de uma "rapariga" da cidade. Que foi muito difícil. Sempre a subir, já coxo, molhado e cheio de carrapichos a tolherem-lhe os movimentos, não podendo de forma alguma acompanhar os seus pares.
Sozinho na cidade, com dificuldades em fazer a viagem de regresso...Eureka, vou para a Polícia e o meu dono que me vá buscar!...

Bom, tenho que contar um segredo, fui polícia por mais de três décadas, os últimos anos a prestar serviço no exacto local onde fui encontrar o Xico deitado e onde me visitou algumas vezes, acompanhado da dona. Porém estou desligado do serviço há alguns anos e ele há muito tempo que não entra naquele local.

É tudo. Xico não tem juízo, mas inteligente, lá isso é!...

domingo, 13 de setembro de 2009

Perdemos o nosso Rafael!...

Como as pessoas, também alguns animais nascem com uma má sina, acredito!

Rafael nasceu para uma vida curta, algo efémera. Como aqui foi contado, o pobre foi abandonado ainda mal abria os olhos e ainda sem condições para se poder alimentar por si mesmo.

Nós o recolhemos e acarinhámos. Foi tratado como um bebé pelas mulheres da casa, a biberão a horas justas e certas.

Ele cresceu saudável, sempre com uma pelagem impecável, brilhante. Olhos sempre limpos. Enfim, tudo indiciava irmos ter um felino bonito, qual lince em liberdade, ganho para, por fim, mal grado o seu começo, vir a ter uma boa e longa vida.

Ele cresceu, desenxameou, galgou muros, percorreu quintais e becos. Ganhou amigos da sua espécie, alguns bem mais velhos que o visitavam aqui entre os nossos muros, sempre que ludibriavam o Xico. Creio que não vinham apenas pela comida, mas sim para interagirem com Rafael, que era vivo e amigo do seu amigo.

Um dia, vindo não se sabe de onde, apareceu uma miniatura, qual cópia fiel do Rafa, a que, incluso, chamei de seu clone.
Rafael não tinha por hábito arranhar, mas gostava de morder, em jeito de brincadeira, como fazia connosco, muito especialmente quando encontrava uma perna desnudada e ele, nas suas brincadeiras com o "clone" abocanhava-o carinhosamente e era vê-los frequentemente ora no chão ora sobre a lenha, a rebolarem juntos.

Viemos a constatar que o "clone", que de certa forma procurámos adoptar, estava magro e não ingeria a comida que lhe ofereciamos, acabando por desaparecer, suspostamente morto algures.

Uns dias depois, num fim de tarde, notámos que o nosso Rafa, Raufe, Bebé, como carinhosamente o tratávamos, estava triste. Conceição, que o adorava, pensou em levá-lo de imediato ao veterinário, ideia que acabámos por descartar, já que os gatos são assim mesmo, têm as suas pequenas crises e estávamos mal habituados, que no dia seguinte já não seria nada...

Não foi assim, Raufe vomitou algo malcheiroso e não apresentava melhoras. Fizemos por ele o que nos foi possível, muito especialmente com acompanhamento e consultas ao veterinário, com toda a espécie de medicação, soro incluído, para tratamento de um suposto vírus, na óptica do técnico, transmitido pelo mais pequeno.
Não sou ninguém para desacreditar o veterinário, mas não posso descartar a ideia de envenenamento.

Acompanhá-mo-lo até ao seu último suspiro, com Xico por perto, também entristecido...

Com muita pena nossa, vimos ficá-lo imóvel, definitivamente morto, porém sempre bonito e bem nutrido, na sua pelagem parda, brilhante e impecávelmente limpa.

Rafael nasceu, de facto, para não ter muita sorte. Partiu quando a vida mais lhe sorria, como muitos humanos...

Conceição, qual mãe, chorou copiosamente!...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A Lontra

Para que fique registada neste blogue, aqui fica uma pequena história de pesca de minha autoria, lida por Miguel Guilherme e Inês Fonseca Santos, na RDP-Antena 1 :

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Pequeno clone do Rafael


Ontem à noite tivemos alguma dificuldade em fazer recolher Rafael aos seus aposentos nocturnos. É que andava a brincar com outro gatito parecido com ele, pelo que não nos dava mão para a recolha.

Hoje de manhã a Conceição surprendeu e fotografou-os em plena brincadeira.

O pequeno há-de ser, talvez, irmão dele, já que têm uma parecença incrível.

Aqui fica o reporte:




sábado, 29 de agosto de 2009

Rafael, o nosso gato.

Rafael foi encontrado pelo Xico e por mim, no dia 15-04-2009, abandonado, mal abria os olhos, junto aos contentores do lixo, com um pequeno pires de leite, que alguém colocara junto dele, mas que o pobre decididamente não poderia ingerir, por ainda não ter maturidade para o efeito.
Uma vizinha pseudo-amiga dos animais chantageou para que o trouxesse para casa. Desagradado com a sua intervenção, com muita pena, acabei por abandonar o local e o pequeno enjeitado.

Nessa noite fui acordado com o barulho de chuva torrencial, descansando muito mal por força do remorso.

No dia seguinte voltei ao local esperançoso de que alguém tivesse recolhido o pardinho. Mas não!... Lá estava ele, encharcado, faminto e muito choroso. Chamei a Conceição que o acarinhou e concordou em trazer para casa, com Xico sempre a acompanhar e aparentemente contente com a situação.

De facto o pequenote não comia por si, pelo que fui imediatamente comprar-lhe alimento apropriado, com que foi alimentado a biberão por minha mulher e sogra, que parece terem mais empatia por ele do que eu próprio.






Rafael tem sido sempre saudável, reguila e brincalhão. Tem sempre um aspecto lustroso e os olhos sempre limpinhos, talvez por força da lavagem a que involuntariamente foi sujeito.

Aqui ficam as suas últimas fotos:






Nesta fase Rafael já desenxameia, percorre quintais e becos, conseguindo já três amigos da sua espécie: um siamês, um amarelado e outro preto e branco (a sua companhia mais assídua), que teima em trazer para o nosso quintal, mas o Xico não tolera essas ousadias e corre com eles, apenas o autorizando a ele, sendo vulgar vê-los a partilhar a comida.



segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Sobreiro

A erosão escavou-o mas, teimosamente, mantém-se agarrado à vida.
Note-se a metamorfose da raiz, que também se revestiu de cortiça.

Tamanho original? Clicar sobre a foto.


Barragem de Montargil. Local onde merendamos.

Rafael e Xico

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Arte de Roubar

Ver Filmes

Para visualizar os filmes clicar quando prontos.
Para écran inteiro, usar a barra de ferramentas (seta para cima).

Divã

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Pesca - surpresa no Tejo





Para Santarém, hoje, a previsão é de 38ºC, sendo assim a cidade mais quente do país. Por isso não existe vontade de passar um dia inteiro mais para o interior, onde parece que o Sol queima ainda mais e as minhas banhas não aguentam tanto.

Assim resolvemos ir fazer a manhã no Tejo.
Xico, sempre pronto para estas lides, hoje mostrou-se relutante, talvez por o Sol já estar a demonstrar a razão da previsão meteorológica.
Creio que ainda não eram nove horas e já estávamos no local designado por Porto da Areia, na margem Sul do rio, próximo da estrada de acesso à Vila de Alpiarça, onde não pescava há anos.
O sítio apresentava razoáveis condições para pescar com a cana bogueira que costumo usar na pesca à abletes.
Ali era um mau local para o meu gosto devido ao barulho produzido pelas máquinas de extracção de areia e pela azáfama dos camionistas que freneticamente faziam o seu transporte. Hoje em dia, graças à crise, raramente se ouve algum barulho. Os montes de areia lá estão à espera de melhores dias.

Foi bom estar lá. Barreira abaixo, consegui colocar o jipe à sobra, mesmo junto ao pesqueiro.

Logo as coisas a correrem ao meio jeito de retirar prazer com o menor esforço, para além de preservar o meu velho meio de transporte para as pescarias de pior acesso.

Não deu muito peixe, mas consegui 2 barbos, 2 fataças, uma ablete, um escalo e, surpresa das surpresas... um lúcio-perca!
Todos os exemplares de pequenas dimensões, sendo que o lúcio do meu contentamento é um pouco maior que uma coca-cola de 1litro, conforme foto acima.

Já tinha ouvido dizer que, por vezes, aparecia um ou outro lúcio aqui no Tejo, calhando-me hoje em sorte o "milho-rei".

Curiosamente este ano tem sido para mim algo especial em termos de novidades piscatórias. É o meu primeiro ano com as abletes, com que tenho tido muito êxito, para além de as apreciar em termos gastronómicos.

Pela primeira vez apanhei peixe-gato, o que gostei pela novidade, mas acabei por me aborrecer com eles, já que prejudicam a pesca a outras espécies.

Xico, como sempre, quando ainda não fazia muito calor, deu a sua volta de reconhecimento em busca de caça de qualquer vivente em natureza.
Amíude ia banhar-se junto a nós, cada uma das vezes com mais carrapiços e bolas de figueiras-de-inferno grudadas à pelagem, até que, cansado, acabou por se deitar à sombra.

Cerca do meio-dia e meia horas, arrumámos os apetrechos e ala que se faz tarde.

Antes da uma da tarde já estávamos em casa, em busca da prometida sardinhada com pimentos assados e salada de tomate.

Agora estou a curtir a tarde aqui metido em casa, até que a crise dos 38 graus passe...

Ah... a almoçarada caiu muito bem, só que a pobre da Conceição ainda teve cerca de meia hora de trabalho a corrigir a apresentação da "desgraça" abaixo.




quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Pesca às abletes



Ontem, pouco antes da 7 da manhã eu, a Conceição, meus sogros e o inseparável Xico, estávamos prontos a partir para a Barragem de Montargil. Tal como combinado, com pontualidade inglesa, chegou o nosso amigo Gil, a esposa e dois amigos, o Veríssimo e o António Fonseca, gente mais velha, mas de agradável convívio.

Assim, lá fizemos a nossa vertiginosa viagem de pouco mais de 60km, que concluímos com a espantosa média de 38km/h, com três paragens estratégicas para micção daquela rapaziada. Pelas minhas contas, as evacuações bexigais dos mais usados ocorrem cerca duas a três vezes por hora, por via de um comprimido que tomam, dizem.

Xico, contagiado pelos fluxos terceiros, aproveitou todas para descarregar os seus fluídos, bem divididos em dezenas de aspersões, para que todos os cachorros da área saibam que esteve ali.

Na última ocorrência, "aspirador" a roçar o solo, em corrida veloz na peugada de saiba-se lá o quê, depois de ralhado pela espera, fez uma paragem rápida antes de entrar no jipe e excretou também os seus resíduos sólidos com toda a facilidade, configurando assim as saídas para a pesca uma mais-valia para a saúde do meu companheiro.

Pouco passava das nove da manhã e já estava a pescar as ditas abletes, um simpático ciprinídio muito parecido com a sardinha pequena, que vem proliferando muito bem nas águas despoluídas das albufeiras e recantos mais serenos dos rios.

Apenas este ano me dediquei a este tipo de pesca, sempre em Montargil, com exclusão de, há duas semanas, meio acidentalmente, ter pescado meia dúzia de exemplares aqui no Tejo.

Inicialmente não estava feito a esta pesca, mas com a experiência evoluí e estou a pescar 300 a 400 exemplares por dia.

Cheguei à conclusão de que, para obter bons resultados com o máximo conforto e menor esforço, me basta uma cana bogueira de apenas 4m, bóia de 1/2 gr, anzol fino, sem barbela, acima do nº. 14, já que o número é inverso ao tamanho e farelo ou engodo apropriado.
Presentemente faço uso de um fio nº.15, altamente resistente (9Kg), porquanto ao longo da jornada costumam entrar barbos que partem tudo, sem nos dar qualquer confiança. Com este fio tenho tirado barbos e carpas médios, sendo que os grandes, face ao anzol pequeno, geralmente se escapam sem outros prejuízos.

Na tentativa de pescar exemplares grandes (carpas ou barbos), costumo colocar uma cana de pesca de fundo, mas sem qualquer êxito. Há 15 dias isquei com milho cozido retirado de espiga leitosa. Por duas vezes os brutos rebentaram com a baixada.
A semana passada reforcei o aparelho e isquei da mesma maneira. Melhor tivesse comido o milho, já que nenhum peixe me perguntou o que "estava lá a fazer!".
Ontem mudei de isco! Reforcei engodo para carpas com um pouco de farinha PV1 (colante), com que isquei com bolas grandes, um anzol nº.1 (dos maiores), que os peixes pequenos aproveitaram para comer, sem que alguma vez me apercebesse.

Em todo o caso, foi um dia bem passado. Sempre apanhei umas centenas de abletes. Tivemos um bom almoço. Uma caldeirada de bacalhau com gambas (não gambás) confeccionada pelo amigo Gil, que usou e abusou de piripiri, mas que estava óptimo para o meu gosto.

Enquanto o tempo esteve encoberto, Xico sempre fez um passeio pelo mato com a Conceição e mais duas incursões por sua conta e risco. Com a chegada da canícula, como de costume, encosta e aproveita para fazer a sua "siesta".

Fica o reporte em fotografia:









...e o filminho

terça-feira, 21 de julho de 2009

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Foto Antiga

Futebol valcavalense

Resolvi criar o blogue para colocar de tudo um pouco, tenha ou não relação pessoal comigo.
Em jeito de homenagem, aqui fica uma foto bastante antiga das velhas glórias do futebol valcavalente, alguns dos seus membros já desaparecidos.

Para visualizar em grande, clicar sobre a imagem

Do meu blog do sapo

Sexta-feira, 3 de Agosto de 2007
Lontra

É claro que vou usar e abusar do tema pesca. A pesca, que adoro, reforça o alibi para sair de casa, conhecer sítios, almoçar "fora", tranquilizar o espírito, manter um são convívio com a natureza, reportar algumas coisas em fotografia e deixar-me surpreender por coisas boas, por vezes tão simples, que embora roçando alguma infantilidade que existe em mim, ficam com um registo indelével, gratificantemente, na minha memória.

Tenho vários "registos" em memória para reportar aqui, sempre que me ocorra fazê-lo. Vou tentar evitar assalganhá-los, ficando-me, agora, pelo dia de ontem.

Depois de almoço, embora com pouca vontade de sair de casa, dada a canícula, de forma lânguida, lá fomos colocando os apetrechos no jipe, predestinando mais uma ida para debaixo dos salgueiros, junto ao Tejo.

Aberto o portão, Xico fez uma rápida incursão até junto da casa da Maia, que andará com o cio. Desiludido por a não ter vislumbrado, lá entrou no carro, semi-convencido.

Chegados ao destino, verificámos que corria uma aragem fresquinha, muito agradável e o pesqueiro pretendido estava livre.

Quanto à pesca, nada de especial a reportar. Ventura "gradou" mais uma vez e eu, com a bogueira, pesquei dez a doze bogas e pequenos barbos, que, no final, devolvi ao rio.

Xico, pouco depois da chegada, detectou, perseguiu e moeu-se com uma ratazana, que, depois de o ludibriar, se colocou em cima da ramagem alta e fina de um salgueiro. Ficaram a medir-se e a olhar-se mutuamente, até que, passada uma eternidade, o meu amigão desistiu e veio fazer uma grande sesta a meus pés, sobre a areia molhada.

Cerca das 17 horas, quando estava mais para lá que para cá, acometido de sonolência, por a bóia não bulir, eis que, a cerca de 30 metros, rio abaixo, passava o que inicialmente me pareceu uma garrafa a flutuar. Mas não, a coisa mexia. Tratava-se de uma lontra adulta que, quando me levantei para observar melhor, ensaiou reflexamente um mergunho para se proteger, mostrando-me a quase totalidade do dorso. Porém, saiba-se lá porquê, continuou a nadar, calmamente, sempre à superfície, até a perder de vista. Deixem-me acreditar que o animal não mergunhou por perceber o meu encanto em estar a vê-lo num sítio daqueles.....rssssss

...Foi tudo. Acreditem que voltei para casa, como se tivesse "ganho o dia". É que já não via uma lontra em natureza há mais de trinta anos. Aliás, no Tejo, nunca tinha visto alguma.

Regressei muito contente, dando até para reflectir que nem tudo é mau. O "meu" Tejo está muito menos poluido, dia após dia leva um belo e limpo caudal... Até já tem lontras!... Calculem!....

sinto-me: Feliz
música: Bolero de Ravel


Domingo, 29 de Julho de 2007
Cantarinhos - Mortandade de carpas

Na minha paixão pela pesca, na sexta-feira, decidi mudar de "poiso". É que, dia após dia, cada vez tenho tido menos êxito no Tejo. Há um mês atrás, pescava 40 a 50 peixes diversos, por tarde. Entretanto a quantidade e tamanho do pescado foi reduzindo a cada dia e, ultimamente, raras as vezes ultrapassei a dezena de minorcas.

Não venham os mais atentos ou perspicazes observar que: "Pudera, se os pegou antes, como pode continuar a pescá-los?", porque, por norma, mantenho o pescado vivo, por forma a devolvê-lo ao seu habitat com as todas as condições de sobrevivência. Apenas uma vez ou outra trago um exemplar maior ou de melhor qualidade, para consumo.

Assim, eu, o Ventura e o inseparável Xico, lá seguimos, cerca das nove horas, a caminho da simpática barragem dos Cantarinhos. A última povoação, Marianos, concelho de Almeirim, dista cerca de 7Km de mata. Aliás o sítio fica a esse exacto raio da civilização. Algumas vezes pode-se estar ali um dia inteiro, sem que se veja uma única alma, logo perfeito para quem, como eu, amiudadas vezes, precisa desse tipo de cumplicidade com a natureza.

Falando em natureza, as coisas, de facto, não vão bem. Contrariamente ao que afirmo no parágrafo acima, esta sexta-feira, existia, naquele lugar um movimento inusitado. Lenhadores procediam ao corte de pinheiros bravos, "pinus pinaster", coisa que tenho vindo a observar nos sítios mais recônditos.

Ao que consta, a espécie está acometida de doença epidémica e, ao que dizem, a solução é o abate.

Sinceramente, embora me preocupe, ainda não me debrucei seriamente sobre o assunto, embora me ocorram catástrofes do género de irem abater também, por exemplo, o pinhal de Leiria.

O certo é que, em muitos locais a paisagem já não é a mesma. Está mais pobre, estamos mais pobres! O simpático pinheiro dito bravo está a desaparecer. Como se não bastasse o flagelo dos incêndios de verão, vem agora a doença.

Espero e desejo que os nossos "especialistas" florestais não permitam a sua substituição pelo eucalipto, resistente ao fogo, de crescimento rápido, muito interessante para as celuloses, mas que desvirtualiza a paisagem, absorve as espécies autóctones e suga todo o "sangue" da terra.

Ah... antes da pesca, vou ter que falar ainda dos incêndios. Tenho, aliás julgo que todos temos, os ouvidos cheios das preocupações e estratégias governamentais. Coitados, tiveram o azar de ter chovido demais, logo maior crescimento de matérias combustíveis, que quando vier o calor é a tragédia, bla, bla, bla... mas que está tudo preparado, protecção cívil, bombeiros, forças da ordem, aviões especiais, vigilância, etc... Tudo para "inglês ver e ouvir".

O certo é que, no terreno não se vê nada disso. Nas minhas incursões compulsivo-piscatórias, não vejo nada disso. Bom para não ser radical, de facto, há meses, numa manhã fresca e cheia de nevoeiro, encontrei, por duas vezes, uma carrinha 4x4, com um pequeno depósito e uma espécie de motor de rega na respectiva caixa de carga. Sendo que, os seus ocupantes, não eram bombeiros nem elementos da agora célebre força especial de combate a incêndios, da GNR (tenho opinião sobre esta força, mas no comments). Mais tarde, por "portas travessas", vim a saber que se tratavam de elementos da autarquia, sem qualquer instrução sobre o material. Aliás um responsável autárquico confidenciou-me que recebeu um ou dois kits daqueles, mas que não houve formação para ninguém. Que nem sequer sabiam se o fogo se ataca por cima ou pela base, estando em estudo a possibilidade de oferecerem o material a quem de direito - aos bombeiros.

No caminho da pesca, geralmente costumo observar bem as coisas, ou seja, não olho apenas, tenho por hábito ver mesmo. E o que vejo são os lenhadores a abater, cortar em toros e transportar o pinho para o local de transporte, sendo que a rama, o tal material inerte e apregoadamente perigoso fica a secar entre sobreiros e chaparros.

Sei que é obrigatório proceder à limpeza de tais materiais e acredito que mais tarde ou mais cedo o vão fazer, mas naquela sexta-feira a temperatura estava acima dos 30, hoje anda pelos 40 e para amanhã a previsão é de 43º.

Nada tenho que me meter no trabalho dos outros, mas porque raio protegem de imediato os troncos e não fazem antecipadamente a limpeza das ramagens? Porque razão não vi por ali pessoal dos serviços florestais a acompanhar o abate? Se ali estivessem obrigariam a fazer o serviço como, embora leigo, preconizo?

Sei que não estariam por ali, porque, ao chegar ao pesqueiro, quando começava a instalar os apetrechos, eis que, à minha direita, a cerca de 2m da água, se encontrava uma carpa enorme, cerca de 3kg, morta e ainda intacta. Observando melhor, encontrei centenas de peixes mortos. Todos da mesma espécie, na sua maioria com cerca de 2kg, coisa para mim estranha porque raramente ali tinha pescado um exemplar desse tamanho.

Percorrida grande parte do perímetro aquícula, na expectativa de encontrar mortos achigãs, pimpões ou percas, nada. Apenas as carpas sucumbiram!

A água estava, como sempre, límpida, fresca e sem sombras de poluição. A acreditar que o ocorrido se devia a mão humana, não podia ter sido veneno. Se fosse cereal em cru, que depois incha e provoca o enfarte ao peixe, obrigatoriamente encontraria pimpões mortos ou moribundos, já que sendo também um ciprinídeo, comeria do mesmo e ali, seguramente, existirão tantos ou mais pimpões que carpas. Achigãs e percas escapariam porque não ingerem cereal.

Restava-me uma hipótese lógica. Geralmente apenas ali pescava carpas aquém de um quilo. Encontrei mortas muito poucas assim pequenas, logo só poderia ser um repovoamento mal feito, nas condições de oxigenação da água aquando do transporte. Não deixando, ainda assim, de estar presente a um problema ecológico, para não dizer outra coisa.

Na expectativa de ali perto, junto ao abate dos pinheiros, se encontar pessoal dos serviços florestais, em busca de esclarecimento, telefonei para a GNR (os guardas florestais foram absorvidos por este corpo). Ficou a promessa do telefonista de que iria enviar pessoal especializado ao local, o que me deu certa satisfação. Satisfação essa que, pouco depois, caiu por terra, quando o mesmo elemento me telefonou a dizer que o assunto já era do conhecimento daquela força, que teria estado no local, no dia anterior.

Quanto às causas: "batatas!". Que podia ter sido cereal em cru ou uma alteração de temperatura da água, o que não me convenceu, face ao exposto acima. Resta-me esperar que um amigo, em particular, me informe da evolução da investigação, se é que vão chegar a alguma conclusão, ou tentar abordar a comunicação social local, para ver se o assunto não cai em "saco roto".

Face ao ocorrido, acabei por abandonar os Cantarinhos pelos próximos anos.

Fomos almoçar já mais perto de casa, na Barragem dos Gagos, onde responsável e ecologicamente, grelhei na chapa, com o "camping gaz" dentro do jipe, um bom naco de entrecosto de porco e três costoletas do mesmo animal, acompanhados de uma salada de tomate sem azeite (teimosamente ficou em casa), 1,5 l de vinho rosé, café e um bom trago de aguardente daquela que sabemos, tudo para esquecer as agruras anteriores.

Entretanto ainda pescámos uns peixitos que devolvemos à água.

Resta-me dizer que tinha a máquina comigo e, estupidamente, pelo transtorno ou fosse porque fosse, nunca me lembrei de fotografar a mortandade.

Fica uma foto antiga do sítio, para mais tarde recordar.


sinto-me: intrigado
música: Antena 1



Quarta-feira, 4 de Julho de 2007
Pesca

Hoje (ontem), depois de um algo insípido cozido à portuguesa, regado com um bom copo de tinto, café e o respectivo bagacinho caseiro, feito por mim e meu sogro, daquele a que adicionei uns quilos de ameixas secas, antes das 14 horas, lá seguimos para uma pescaria no Tejo.

O dia estava cinzentão , algo ventoso. Logo menos bom para pescar.

Chegados ao rio, que ia bem gordo, logo tive a percepção de que, dadas as condições, não iria ter muito sucesso.

Ultimamente faço uso de uma cana bogueira , de 6 metros, em carbono. Anzol pequeno, fechado, sem barbela, nº. 16, com que tenho tido algum êxito.

Com este sistema, tenho conseguido peixes de todas as espécies ali existentes (fataças, barbos, carpas, pimpões, bordalos , bogas, escalos e vários góbios ). Não parecendo possível, na última vez pesquei um barbalhão com bem mais de 1kg , que deu uma luta luta imensa, fez subir a adrenalina e deu um gozo total, por o ter conseguido com tal apetrecho.

Desta vez, como digo acima, estava meio descrente. Porém, repentinamente, ferrei um bruto, eventualmente também um barbo. Venci o primeiro assalto, mas, ao segundo, fiquei convicto de que ia partir. Dobrou o canelon por forma a quase chegar com a ponteira à água e..... pingggggggg ". Opsss ... partiu a linha e levou todo o aparelho.

Pensei: "mas como é possível? devia ter partido pelo empate, cuja linha é menos resistente!".

Afinal o meu adversário despipou o terminal, cuja cola, com o uso, deve ter perdido a eficácia.

Nova cana, esta com 4 metros, apenas deu para "fazer" 4 bogas e meia dúzia de barbos pequenos. Foi difícil e perdi demasiados anzóis no fundo lenhoso, por estar a pescar perto demais.

Depois também não podia fazer grande coisa, quando o meu ajudante, fotos acima e abaixo, joga contra mim.

Meu sogro, hoje deu-me um "bigode". Fez 3 fataças bem crescidas e um barbo de iguais dimensões. Veio feliz, muito especialmente porque ultimamente tem pescado muito mal.

Comigo tudo ok, tem mais dias bem melhores. A cana já está reparada, comprei mais bóias e engodo e, amanhã, depois do programado almoço de sardinhada para mais cedo que o costume, lá estaremos, exactamente no mesmo sítio. Creio que vou tirar a desforra.


sinto-me: Um ribatejano contente
música: Antena 1




Segunda-feira, 2 de Julho de 2007
O danado do filhote do Xico

É assim, o meu amigão , por vezes, faz-me uma partidas e, literalmente, esquece a casa e a "família". Tal sucede sempre que fareja uma namorada em estado interessante.

Ele tem aventuras pedestres a 6 ou 7 km de distância, com atravessamento da cidade, via rápida (sabe-se lá como o faz), linha de caminho de ferro e riachos. Ausências essas que não vão além de uma noitada.

Invariavelmente, percorro, de jipe, os caminhos mais inóspitos, fazendo jus ao pseudónimo "olharuco", na tentativa de lhe pôr os olhos em cima e fazê-lo regressar. Quando tenho a sorte de o localizar, invariavelmente, acabo por regressar sem ele, já que, em matilha, simplesmente me olvida.

Regra geral, regressa na manhã do dia seguinte, abatido, ferido, meio sem-jeito , com o seu olhar simpático, peculiar, como que a pedir desculpa.

Depois é pegar no cartão de crédito e seguir para o veterinário quanto antes.

Dessas saídas, a que deixou registos indeléveis, tanto no papel, como nas minhas memórias, como na carteira, bem assim como na continuidade da sua espécie, ocorreu na noite de 20 para 21 de Janeiro do ano passado.

Para já, aqui fica o registo fotográfico daquilo que me veio a custar a módica quantia de €185.00:

Recentemente, descobri a existência de um filhote do Xico , resultante dessa aventura. O diabrete chama-se Tori ", está bem na vida e reside a cerca de 300 metros.

É mais pequeno, porém com todos os traços do progenitor. Apenas não apresenta o dorso negro, que tão bem caracteriza o meu amigão .

Chamo de diabrete a Tori , porque é muito "eléctrico". Por isso já apanhou do pai e eu, por mim, não estou muito interessado em fazer-lhe cafunés ". É que, na semana passada, fazia-lhe festas que ele, simpático, apreciava gostosamente. Porém, mordeu-me a mão sempre em atitude de brincadeira e a desafiar-me para mais. Não estou nessa...

Ah... Está combinada uma sessão fotográfica com Tori , pelo que, julgo, a breve prazo, irei colocar aqui o danadinho.


sinto-me: bem
música: Antena 1


Fotologia - olharuco

Mais em jeito de treino que outra coisa, coloquei mais estas fotos do Xico. As primeiras em pose e a última flagrado na Fonte Luminosa - Lisboa.

Fotologia

Bom, para quem começou há poucas horas, vou atinando menos mal aqui com o sítio. Como gosto de fotografia, estou a pensar reportar aqui umas coisitas minhas.

Abaixo o meu camarada de todos os dias e quase todas as horas. Trata-se do Xico, o meu amigo de quatro patas, nascido a 18 de Dezembro de 1997, pelo que já vai a caminho dos dez anos de idade.

Geralmente, as minhas fotos reincidem no Xico e no elemento água, já que sou apaixonado pela pesca desportiva. A nossa empatia é tal que ele já conhece várias palavras associadas ao nosso obi e está sempre pronto para sair. Depois é vê-lo à janela, cabeça ao vento e como que a sorrir, a caminho de nova aventura: