quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A minha mãe e a meu neto


Não consigo definir o meu estado de espírito!

Sucede que estou dividido por sensações diversas, algo opostas. De forma imponderada sinto um misto de pesar e bem-estar.
De forma concentrada, estou dividido entre uma alegria imensa e uma forte tristeza temperada de algum conforto e resignação.

Sucede que passei os últimos dias de forma angustiante. Minha mãe, senhora idosa de 80 anos completos, encontrava-se em estado terminal, com incapacidade motora e falência sucessiva dos seus órgãos vitais, em consequência da doença de Alzheimer, diagnosticada meses antes.

No dia 29, cerca das 17 horas, terminou o seu padecer. Notícia esperada, dado o estado moribumbo em que a deixámos na visita do dia anterior. Um turbilhão nos sentidos, cérebro a ferver, mas tenho que dizê-lo, sempre sobrava alguma paz e conforto. Minha mãe deixara de sofrer e nós também.

Ontem, 16H30, no auge do nosso sofrimento, em pleno cemitério e a meio do enterro, eis que, de Castelo Branco, a cerca de 150km de distância, chegou a notícia de que acabara de nascer o meu primeiro neto, o Dinis. Que tudo correra bem. Que se tratava de um menino forte e saudável e quem o dizia era a heroína Júlia, sua mãe.
Dinis veio ao mundo no exacto momento em que sua bisavó chegou ao seu destino final, o cemitério da terra que a vira nascer!

Fica o meu agradecimento à Júlia e ao meu filho César. A ela por o ter permitido e a ele por ter tomado a decisão de deixar a mãe do seu filho no hospital, já a aproximar-se o trabalho de parto, arriscando a viagem para poder estar no funeral da sua avó Fernanda que, sem dúvida alguma, embora sem o dizer, o tinha eleito seu neto favorito.

É este o assunto que está dividir os meus sentimentos e que quis partilhar convosco.

O que sinto, não sei sintetizar, mas o que é certo e racional é fazer-se a apologia da vida. Por isso a minha alegria tem que superiorizar-se à tristeza.

Partiu a minha mãe, ganhei o meu neto. Cumpriu-se a lei da vida!...

Viva o Dinis!



sábado, 6 de novembro de 2010

Carpa





Belo exemplar de carpa

Por via da crise instalada neste pobre país malgovernado, tenho reduzido drasticamente as saídas piscatórias para as barragens e albufeiras, que oneram, e de que maneira, o nosso cada vez mais reduzido orçamento familiar, por causa do consumo de combustível.

Como recurso, vou matando o vício aqui no Tejo, com pequenas fugas depois de almoço, onde arejamos o "capacete" por umas três a quatro horas, o que é razoável para a jornada.

Normalmente costumava pescar com uma cana bogueira, com aparelho sensível, com que conseguia todas as variedades existentes. Porém, desde que descobri as ténias nas abletes, embora as do Tejo pareçam não estar contaminadas, evito pescá-las, pelo que mudei para um apetrecho de cana e carreto, com 3 metros de comprimento, iscando com o próprio engodo vermelho com um pouco de PV1 colante uma fateixa média. Com este método, de que faço uso há anos em pesca de rio, costumo ter êxito com as fataças e eventualmente com ciprinídios grandes.

A fateixa acomoda-se no fundo e, em cima, como sinalizador, uma bóia de 2 a 3gr, que fará como que uma tremideira quando as fataças fossam o engodo, altura em que com uma curta mas vigorosa lacada se tenta a ferra do peixe. Por vezes a picada é evidente, o que nos dá maior prazer na captura.

Anteontem, depois do almoço, mais cedo que o habitual, acompanhado de meu sogro e do inseparável Xico, lá segui para o "buraco" do costume, próximo da Ponte Salgueiro Maia.

Inicialmente, as coisas não pareciam ir correr bem. Primeiro devido a um avião de acrobacias, cujo piloto se exercitava sobre a ponte e os cabos de alta-tensão, o que me parece um risco acrescido desnecessário para si e para terceiros, eu incluído. Depois porque se desferrou um peixe e o aparelho ficou preso, bem alto, numas silvas, do que resultou a sua perda total.
Cerca das 14 horas, após "mamar" suave, quando a bóia se deslocava lateralmente, para a esquerda, dei a lacada e senti a prisão do que me pareceu um pequeno exemplar. Porém, progressivamente, foi fazendo força e mais força... e mais força, com o carreto a ceder sempre mais fio, até que silenciou e tudo parou, com o fio a passar entre a ramagem de um salgueiro reclinado na água. Nem para lá, nem para cá, tudo preso!...
As carpas, entre outros peixes do Tejo, têm a sua crença de fuga, geralmente uma loca ou ramagens velhas inertes e submersas, onde embrulham o fio, resultando sermos obrigados a parti-lo, sem vislumbrarmos o adversário, o que nos deixa defraudados e especulativos quanto ao tamanho do "monstro" que nos escapou (geralmente do tamanho dos braços bem esticados), daí a nossa fama de mentirosos.

Como raposa velha e paciente, tenho, nestas circunstâncias, uma técnica muito especial, chamada inactividade total, que por vezes resulta. Será o próprio peixe a desembrulhar o fio, o que se veio a verificar ao cabo de cinco traumatizantes minutos.
Nova luta de outro tanto tempo e... ufa!... bela carpa dentro repichel (camaroeiro), logo ali a "pesei", avaliando-a em não menos de 3kg de peso, no Tejo o meu maior exemplar.

Concluímos a jornada com mais 3 fataças de 700/800gr cada, para além de outras tantas que me fugiram, duas delas com perda da baixada e respectivas bóias, já que o fio sai disparado, qual elástico, até se prender bem alto nas silvas ou salgueiros.

Já em casa, aferimos o peso da carpa que deu 3,200kg, a qual está entregue a um amigo para confeccionar uma "baita" sopa, que diz saber fazer aprimoradamente.

Quanto às fataças já ontem foram consumidas pelo grupo, cortadas em posta fina, "albardadas" em farinha de milho, fritas e bem regadas com vinho tinto, do novo, na adega do costume. Curiosamente, acordei bem disposto...







sábado, 25 de setembro de 2010

Xico gentil

Xico, depois da perda do Rafael, tem nova companhia felina. Veio de Castelo Branco a pequena que baptizámos de "Safira", em homenagem a uma outra que tivemos há dezenas de anos.
Esta, tem uma personalidade algo estranha, muito especialmente por se ter adaptado perfeitamente e sem choros pelo afastamento da mãe.
Xico, na paz do seu envelhecimento, inicialmente rosnou-lhe por ter o mau costume de fazer uso das unhas. Agora, ainda indisciplinada abusa do velhote com fortes bofetadas que ele ignora ou vai tolerando por, creio, ter deixado de fazer uso das garras.
Entretanto Safira adora o Xico e procura segui-lo por todo o lado, inclusivamente nos passeios longe de casa, embora sempre atenta a outros cachorro e ao trânsito, seguindo o seu amigo preferencialmente sob as viaturas estacionadas.
Xico, como habitualmente e como fazia com todos os antecessores felinos da casa, dá a primazia da refeição. Porém, espera impaciente pela sua vez.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ténia das abletes - Resultados laboratoriais


Afinal, as repugnantes ténias que encontrei nas abletes não são, e ainda bem, as famigeradas "Diphyllobothrium latum" que cheguei a recear, conforme o meu "post" anterior, tratando-se da também repugnante "ligula intestinalis", porém não transmissível ao homem, conforme consta no artigo que se segue, publicado no dia de hoje no jornal regional "O Mirante".

Entretanto já voltei à Barragem de Montargil, onde verifiquei que todas as abletes que pesquei se encontravam parasitadas.

Contrariamente, e ainda bem, tenho constatado que os exemplares que tenho examinado no Rio Tejo, não se encontram contaminados.

Por desgraça, pelo que averiguei na "net", (apenas sites em língua estrangeira!) todos os ciprinídeos(carpas, pimpões, barbos, bogas, alburnos, etc ) são vulneráveis à hospedagem, bem assim como algumas espécies de água salgada, que escuso referir aqui.
Segundo a mesma fonte, terão sido aves a fonte de propagação da "ligula intestinalis", cujos ovos disseminam pela água através das fezes. As larvas incubam no plâncton, vindo a ser consumidos por novos hospedeiros, no caso as abletes, que, como sabemos, desenvolvem o parasita. Este pode hospedar-se em predadores maiores, tais como carpas e barbos grandes, eventualmente achigãs e, muito provavelmente, podem voltar ao papo de algumas aves, como o corvo marinho, que observo a fazer autênticos banquetes nas barragens, Montargil incluída.
Assim sendo, enquanto não me esquecer, pescar sim, consumir jamais.

Na minha pesquisa, apurei ainda que, tanto machos como fêmeas parasitadas escontram-se inibidas de procriar, pelo que, de acordo com o meu empirismo, as abletes em Montargil já foram, dado que ainda não encontrei qualquer exemplar incólume ao parasita.
Encontrei ainda algum interesse cientifico na ténia "ligula intestinalis" como contraceptivo humano. Sintomático!...

Por último, apraz-me referir pela positiva o "O Mirante", especialmente pelo empenho do senhor Ricardo Carreira, sem o qual não teríamos tão cedo um esclarecimento público sobre este assunto.

Por outro lado (e muito me custa) não posso deixar de dar nota negativa ao SEPNA-GNR, a quem por primazia transmiti de imediato todos os documentos, mas que, até esta data, não se dignou dar uma simples resposta, para além da senha automática de recepção do e-mail, que armadilhei" aquando do seu envio.


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Sociedade

Direcção de Veterinária diz que a “ligula intestinalis” nos abletes não é transmissível aos humanos
Parasita detectado em alguns peixes na barragem de Montargil não é perigoso para consumo humano

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O assunto foi espoletado por Silvino Bernardo, um pescador de Santarém que, como muitos outros da região, costuma pescar na barragem de Montargil.

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O parasita detectado em peixes da espécie ablete, também designado de “alburno”, na albufeira de Montargil, distrito de Portalegre, não representa um perigo para a saúde pública em caso de ingestão e consumo.

A garantia é dada pela Direcção Geral de Veterinária, autoridade sanitária veterinária nacional, após exames parasitológicos realizados pelo laboratório de patologia do IPIMAR do Instituto Nacional de Recursos Biológicos (INRB/IPIMAR), em articulação com o Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente da GNR, na albufeira de Montargil, no seguimento de questões colocadas por O MIRANTE.

As dúvidas sobre os efeitos do parasita foram espoletadas por um pescador amador de Santarém. Silvino Bernardo costuma ir pescar a Montargil e numa das ocasiões, a 21 de Agosto, depois de ter ouvido falar no problema levou quatro abletes para casa e analisou-os. “Amanhei-os e tirei deles sete bichos daqueles. Tinham a forma de esparguete, com 15 a 20 centímetros de comprimento. Deitei-lhes água e começaram logo a mexer-se”, conta.

O pescador disse a O MIRANTE que desde essa altura deixou de consumir aquele peixe, como medida de precaução, e enviou a informação ao SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente).

A 6 de Setembro, o laboratório de patologia do IPIMAR do Instituto Nacional de Recursos Biológicos (INRB/IPIMAR) recolheu abletes e realizou exames parasitológicos que diagnosticaram a presença do parasita ligula intestinalis. Segundo o relatório, aquela parasitose não é zoonótica (não é transmissível directa ou indirectamente dos animais ao homem), não existindo, por isso, perigosidade para a saúde pública, uma vez que o homem não intervém no seu ciclo biológico. Apesar disso é reconhecido que o seu aspecto repugnante induza à não utilização para consumo dos peixes infectados.

O MIRANTE acompanhou Silvino Bernardo numa pescaria à beira Tejo, em Santarém, durante a qual apanhou uma série de peixes da mesma espécie que não estavam infectados com o parasita, o que o leva a supor que o problema está circunscrito à barragem de Montargil. A referida barragem fica na ribeira de Sor que nasce no Alentejo, na freguesia de Alagoa, passa na vila Ponte de Sor e na freguesia de Montargil. Ao longo do seu curso a ribeira recebe vários afluentes. O seu percurso é interrompido pela barragem de Montargil e, na freguesia do Couço, junta-se à ribeira da Raia, formando o rio Sorraia.

De acordo com a informação prestada a O MIRANTE pela Direcção Geral de Veterinária, a ligula intestinalis é bastante comum nos peixes de água doce, que funcionam como hospedeiro intermediário. É o caso do ablete ou alburno. Os peixes infectam-se a partir de larvas presentes no plâncton de que se alimentam. Nos peixes parasitados, as larvas evoluem e infectam peixes predadores ou aves que se alimentam dos hospedeiros intermediários.

Espécie introduzida por pescadores desportivos em Portugal

O ablete é um peixe conhecido desde o século XIX, presente em grande parte da Europa. Em Portugal é reconhecida a sua existência, mas ainda em escasso número. Foi recentemente introduzido por pescadores desportivos na barragem do Caia e adaptou-se bem, passando a ser encontrado em muitos rios portugueses. De tamanho pequeno, aspecto prateado, o ablete costuma pesar o máximo de 50 gramas e ter comprimento de 15 centímetros. Habita em ribeiras e albufeiras que possuem águas calmas, claras e bem oxigenadas. O ablete alimenta-se fundamentalmente de larvas e insectos que vão caíndo na água.

( http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=461&id=68017&idSeccao=7337&Action=noticia )


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sábado, 21 de agosto de 2010

As abletes contêm ténias "Diphyllobothrium latum"!



É verdade, o meu hobby está ou vai ficando cada vez mais em crise. Foi um inverno rigoroso agora seguido desta canícula agoniante, ambos a indisporem mesmo os mais viciados ao exercício aprazível da pesca.

Agora a simpática ablete (alburno), deixou de o ser! Cada exemplar contém pelo menos uma espécie de esparguete com cerca de 20cm (já encontrei com 30cm).

Acidentalmente, um amigo, descobriu que o esparguete, rectangular, estilo italiano, em ambiente húmido, qual ET, afia e/ou aguça um dos extremos e, serpenteando, move-se orientado por esse bico.


As quatro da foto acima, continham as sete ténias ao lado, que coloquei sobre a tampa de um balde desses de 20 litros, próprios para tinta, para podermos idealizar as proporções, objectivamente quanto ao tamanho dos parasitas.

Depois de colocar um pouco de água, verifiquei que alguns começaram a movimentar-se, conforme vídeo abaixo, que espero tenha ficado funcional.


Segundo o site http://pt.wikipedia.org/wiki/Diphyllobothrium_latum podemos estar perante o verme dos peixes designado por "diphyllobothrium latum" que, se ingerido, no jejuno humano, pode vir a atingir entre 3 e 15 metros de comprimento, tratando-se do "maior cestódeo que pode parasitar o homem".

Ao que apurei, os lúcios, achigãs e outros predadores, são sérios candidatos a hospedeiros da mesma ténia, por isso, irei continuar a exercer a pesca lúdica, mas, tão cedo, jamais ingerirei ou darei para consumo peixe de água doce, seja de que espécie for, já que sei, de fonte segura, que também as abletes da Barragem do Maranhão se encontram parasitadas.

Nesta fase estou a aguardar informações da GNR-SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza - Guarda Nacional Republicana), a quem, há pouco, via e-mail, dei conhecimento dos factos, com reporte fotográfico análogo.


sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Casamento homossexual

Dia histórico para Portugal, disse o primeiro ministro Sócrates!

Ordenado mínimo miserável e ainda assim contestado pelo patronato, mais de 10% de desemprego, défice equivalente a 100% do PIB, natalidade abaixo da mortalidade. Porém acabou a homofobia... Um dia histórico, este! Eles podem casar com eles. Elas podem casar com elas!

O nosso"primeiro" diz que é histórico. Que acabou a desigualdade.

Agora temos igualdade em coisas diferentes?!...

Só que a igualdade ficou menos igual. Eles e/ou elas que optam pelo mesmo género e "casam" não vão poder adoptar e é pena! É pena porque se eles e/ou elas pensarem em divorciar-se já podem, de novo, adoptar. Afinal o "casamento" vai retirar-lhes direitos. É pena!

Também é pena que eu, parvo, que não concebo estas "(des)igualdades" tenha depositado o meu voto num "sítio" onde não avisaram que estavam com o nosso "primeiro" e, hoje e agora, o usem (o voto) para dizerem que o referendo não faz sentido, que estão mandatados para alterarem hábitos ancestrais, o conceito de família na sua mais pura essência, etc...

... Afinal porque me chamaram a referendo para a lei do aborto e para a lei do regionalismo? Aqui os senhores deputados não estavam mandatados para decidir por mim? Temos pena!... Chamaram-me para a lei do aborto, estupidamente, porquanto a questão do aborto está no âmago de cada uma. Digo cada uma porque é principalmente uma coisa a decidir prioritariamente pela mulher prenhe, por isso faltei. E faltei, cumulativamente, para que Sócrates não ficasse a pensar que o estava a apoiar. Sempre fui assim, algo visionário, algo desconfiado e com receio de ser perdulário.

Depois, aliás antes, veio o regionalismo, coisa que foram incapazes de explicar ao comum dos mortais, por isso faltámos e os "sabe tudo" da Assembleia acabaram por não resolver coisa nenhuma!... E faltei, cumulativa e mais uma vez, para que não ficassem a pensar que estava a apoiar quem sempre me enganou. Sempre fui assim, algo visionário, algo desconfiado e com receio de ser perdulário.

Agora, para o contra-natura acham-se mandatados?... Inaceitável!!!!...

Mais de noventa mil requerem o referendo, coisa que não subscrevi e nem sequer me foi apresentada. Apenas seriam necessários 15 mil subscritores e vêm agora, certos donos do querer e saber, dizer que não se justifica!?... Que estão mandatados para decidir assim ao arrepio de tudo e de todos? Coisa mais falsa!...

Que eu saiba PS+BE não fazem maioria e o PC não propunha no seu programa tais ligações matrimoniais, a menos que tal me tenha escapado (letras miúdas?). Por outro lado, mesmo que assim não fosse, temos os abstencionistas, que o podem ter sido exactamente por não concordarem com semelhantes propostas e estarem hoje democraticamente disponíveis para o referendo, porque não?

Sou absolutamente tolerante. Sempre trabalhei com e para o público. Jamais fui parcial por questões de raça, credo ou de índole sexual. Porém, nesta fase do "campeonato" não estou preparado para aceitar que o meu casamento civil possa ser confundido com a trapalhada hoje aprovada na Assembleia da República. Tão-pouco posso aceitar que, amanhã, me perguntem se os meus filhos ou netos casaram com um homem ou uma mulher. Tenham dó!...

Nunca votei no actual Presidente da República, com quem nunca simpatizei nem simpatizo. Porém, hoje, hipocritamente, como todos os hipócritas que venho observando na vida público-política, vou-me deitar com certa devoção cavaquista, só não rezando por puro ateísmo, para que Cavaco Silva não promulgue o diploma, peça fiscalização constitucional e, por último, vete o que é aberrante. Sempre posso, assim, esperar que o lóbi gay da Assembleia da República não consiga reunir os tais 2/3 necessários para forçar tal norma.
Por tudo isto, no meu íntimo, se o mecanismo funcionar como espero, fico interiormente comprometido à direita do partido pseudo-socialista que nos vem (des)governando e não vou poder deixar de elogiar quem se manteve vertical, chamando os "bois" aproximadamente pelo seu nome, coisa que, em minha opinião, as esquerdas não estão a fazer.
Entretanto acho que vou à pesca. Assim o frio se dissipe e caio fora!...

Ah... Cada vez gosto mais do meu cão e Xico também precisa desanuviar.