sábado, 25 de setembro de 2010

Xico gentil

Xico, depois da perda do Rafael, tem nova companhia felina. Veio de Castelo Branco a pequena que baptizámos de "Safira", em homenagem a uma outra que tivemos há dezenas de anos.
Esta, tem uma personalidade algo estranha, muito especialmente por se ter adaptado perfeitamente e sem choros pelo afastamento da mãe.
Xico, na paz do seu envelhecimento, inicialmente rosnou-lhe por ter o mau costume de fazer uso das unhas. Agora, ainda indisciplinada abusa do velhote com fortes bofetadas que ele ignora ou vai tolerando por, creio, ter deixado de fazer uso das garras.
Entretanto Safira adora o Xico e procura segui-lo por todo o lado, inclusivamente nos passeios longe de casa, embora sempre atenta a outros cachorro e ao trânsito, seguindo o seu amigo preferencialmente sob as viaturas estacionadas.
Xico, como habitualmente e como fazia com todos os antecessores felinos da casa, dá a primazia da refeição. Porém, espera impaciente pela sua vez.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ténia das abletes - Resultados laboratoriais


Afinal, as repugnantes ténias que encontrei nas abletes não são, e ainda bem, as famigeradas "Diphyllobothrium latum" que cheguei a recear, conforme o meu "post" anterior, tratando-se da também repugnante "ligula intestinalis", porém não transmissível ao homem, conforme consta no artigo que se segue, publicado no dia de hoje no jornal regional "O Mirante".

Entretanto já voltei à Barragem de Montargil, onde verifiquei que todas as abletes que pesquei se encontravam parasitadas.

Contrariamente, e ainda bem, tenho constatado que os exemplares que tenho examinado no Rio Tejo, não se encontram contaminados.

Por desgraça, pelo que averiguei na "net", (apenas sites em língua estrangeira!) todos os ciprinídeos(carpas, pimpões, barbos, bogas, alburnos, etc ) são vulneráveis à hospedagem, bem assim como algumas espécies de água salgada, que escuso referir aqui.
Segundo a mesma fonte, terão sido aves a fonte de propagação da "ligula intestinalis", cujos ovos disseminam pela água através das fezes. As larvas incubam no plâncton, vindo a ser consumidos por novos hospedeiros, no caso as abletes, que, como sabemos, desenvolvem o parasita. Este pode hospedar-se em predadores maiores, tais como carpas e barbos grandes, eventualmente achigãs e, muito provavelmente, podem voltar ao papo de algumas aves, como o corvo marinho, que observo a fazer autênticos banquetes nas barragens, Montargil incluída.
Assim sendo, enquanto não me esquecer, pescar sim, consumir jamais.

Na minha pesquisa, apurei ainda que, tanto machos como fêmeas parasitadas escontram-se inibidas de procriar, pelo que, de acordo com o meu empirismo, as abletes em Montargil já foram, dado que ainda não encontrei qualquer exemplar incólume ao parasita.
Encontrei ainda algum interesse cientifico na ténia "ligula intestinalis" como contraceptivo humano. Sintomático!...

Por último, apraz-me referir pela positiva o "O Mirante", especialmente pelo empenho do senhor Ricardo Carreira, sem o qual não teríamos tão cedo um esclarecimento público sobre este assunto.

Por outro lado (e muito me custa) não posso deixar de dar nota negativa ao SEPNA-GNR, a quem por primazia transmiti de imediato todos os documentos, mas que, até esta data, não se dignou dar uma simples resposta, para além da senha automática de recepção do e-mail, que armadilhei" aquando do seu envio.


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Sociedade

Direcção de Veterinária diz que a “ligula intestinalis” nos abletes não é transmissível aos humanos
Parasita detectado em alguns peixes na barragem de Montargil não é perigoso para consumo humano

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O assunto foi espoletado por Silvino Bernardo, um pescador de Santarém que, como muitos outros da região, costuma pescar na barragem de Montargil.

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O parasita detectado em peixes da espécie ablete, também designado de “alburno”, na albufeira de Montargil, distrito de Portalegre, não representa um perigo para a saúde pública em caso de ingestão e consumo.

A garantia é dada pela Direcção Geral de Veterinária, autoridade sanitária veterinária nacional, após exames parasitológicos realizados pelo laboratório de patologia do IPIMAR do Instituto Nacional de Recursos Biológicos (INRB/IPIMAR), em articulação com o Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente da GNR, na albufeira de Montargil, no seguimento de questões colocadas por O MIRANTE.

As dúvidas sobre os efeitos do parasita foram espoletadas por um pescador amador de Santarém. Silvino Bernardo costuma ir pescar a Montargil e numa das ocasiões, a 21 de Agosto, depois de ter ouvido falar no problema levou quatro abletes para casa e analisou-os. “Amanhei-os e tirei deles sete bichos daqueles. Tinham a forma de esparguete, com 15 a 20 centímetros de comprimento. Deitei-lhes água e começaram logo a mexer-se”, conta.

O pescador disse a O MIRANTE que desde essa altura deixou de consumir aquele peixe, como medida de precaução, e enviou a informação ao SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente).

A 6 de Setembro, o laboratório de patologia do IPIMAR do Instituto Nacional de Recursos Biológicos (INRB/IPIMAR) recolheu abletes e realizou exames parasitológicos que diagnosticaram a presença do parasita ligula intestinalis. Segundo o relatório, aquela parasitose não é zoonótica (não é transmissível directa ou indirectamente dos animais ao homem), não existindo, por isso, perigosidade para a saúde pública, uma vez que o homem não intervém no seu ciclo biológico. Apesar disso é reconhecido que o seu aspecto repugnante induza à não utilização para consumo dos peixes infectados.

O MIRANTE acompanhou Silvino Bernardo numa pescaria à beira Tejo, em Santarém, durante a qual apanhou uma série de peixes da mesma espécie que não estavam infectados com o parasita, o que o leva a supor que o problema está circunscrito à barragem de Montargil. A referida barragem fica na ribeira de Sor que nasce no Alentejo, na freguesia de Alagoa, passa na vila Ponte de Sor e na freguesia de Montargil. Ao longo do seu curso a ribeira recebe vários afluentes. O seu percurso é interrompido pela barragem de Montargil e, na freguesia do Couço, junta-se à ribeira da Raia, formando o rio Sorraia.

De acordo com a informação prestada a O MIRANTE pela Direcção Geral de Veterinária, a ligula intestinalis é bastante comum nos peixes de água doce, que funcionam como hospedeiro intermediário. É o caso do ablete ou alburno. Os peixes infectam-se a partir de larvas presentes no plâncton de que se alimentam. Nos peixes parasitados, as larvas evoluem e infectam peixes predadores ou aves que se alimentam dos hospedeiros intermediários.

Espécie introduzida por pescadores desportivos em Portugal

O ablete é um peixe conhecido desde o século XIX, presente em grande parte da Europa. Em Portugal é reconhecida a sua existência, mas ainda em escasso número. Foi recentemente introduzido por pescadores desportivos na barragem do Caia e adaptou-se bem, passando a ser encontrado em muitos rios portugueses. De tamanho pequeno, aspecto prateado, o ablete costuma pesar o máximo de 50 gramas e ter comprimento de 15 centímetros. Habita em ribeiras e albufeiras que possuem águas calmas, claras e bem oxigenadas. O ablete alimenta-se fundamentalmente de larvas e insectos que vão caíndo na água.

( http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=461&id=68017&idSeccao=7337&Action=noticia )


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