sexta-feira, 15 de julho de 2011

Passeio descontraído



   Como a Conceição está de férias, anteontem fizemos uma escapadinha, com o Xico, é claro, por terras alentejanas, com paragem obrigatória na Barragem do Maranhão, onde não ia há anos.

Escolhi este título para esta mensagem, por, visto ir a "patroa", não ter ido exactamente para pescar, já que ela se aborrece quando pesco a ciprinídeos, naquele estilo quedo e demorado.
Assim como assim, fiz-me acompanhar de uma cana de corricar, apenas para verificar a possibilidade de pescar algum achigã distraído.
Para quem não conhece a técnica, nesta modalidade faz-se uso de amostras que insistentemente lançamos e recolhemos com o uso de carreto e cana apropriada.
Na recolha a amostra submerge e comporta-se como um pequeno peixe. O achigã, sendo um predador, se por perto e com apetite, atira-se violentamente à amostra. É uma sensação que faz subir a adrenalina e compensa o esforço do pescador.
Presumo que faça sorrir quando falo em esforço do pescador, mas realmente assim é. Se, por um lado, o material é ligeiro, não esqueçamos que são feitos centenas ou milhares de movimentos e pode-se percorrer quilómetros no perímetro aquícola e, no Alentejo, onde nesta altura as temperaturas superam o 30º, não é fácil.
A adrenalina surge repentinamente devido ao ataque súbito e sobe durante a luta se o exemplar for grande e, especialmente, porque sentimos a acção da presa, no extremo do fio, como em toda a pesca à cana. Bom, tanta explicação para nada, pois neste dia não pesquei nem vislumbrei qualquer achigã na água, sendo certo que apenas experimentei em dois locais, por cerca de 15 a 20 minutos.
Iniciámos a nossa viagem com destino ao Cabeção, onde colhemos uns troncos de mirtilo, para fazer as minhas estacarias, hobby a que, por fases me dedico. 
Fomos àquele local porque ali tínhamos colhido bagas mais gradas que as existentes aqui no Ribatejo, sabendo eu que os pequenos raminhos de renovo, apropriados para a estacaria, ocorrem por esta época. Não tive muita sorte. Os mirtilos lá estavam, mas os ramos ainda não estavam nas condições esperadas. 

Seja como for, as estacas estão colocadas, depois veremos no que dá.

(Vista do local onde almoçámos)
Dali seguimos para a Barragem do Maranhão, onde estacionámos exactamente junto ao paredão. Ali preparámos e ingerimos uma refeição frugal, a saber: uma salada de tomate, pepino e cebola e, em separado, uma pinheta de bacalhão (bacalhau cru desfiado e temperado à maneira), vinho, pouco mais de 1dl, por via da diabetes, cafezinho e nada de aguardentes.
O local é muito aprazível, só nosso, apenas registámos a passagem de uma outra família e de trabalhadores da infraestrutura, que operavam a jusante.
Depois de almoço colhemos bagas de aroeira e fizemos o reporte fotográfico do sítio, onde fomos felizes e o Xico também:









Monumento com alogia de Salazar, onde o ditador nunca terá estado. 
Prosseguimos o passeio com passagem por Avis, onde relembrei certas pescarias, no tempo em que andava feito doido a participar nos concursos. Próximo de Benavila tentei, sem convicção, a sorte com os achigãs num local espraiado, de águas muito baixas e com demasiada vegetação.
Xico, o meu amigão, espera pacientemente e interroga-se sobre o que estou eu ali a fazer. Reconhecendo a sua razão, a breve trecho arrumei os apetrechos e continuámos a nossa viagem, já a procurar a direcção a casa.
De Benavila seguimos em direcção à estrada de Alter do Chão, dali à esquerda rumo a Ponte de Sôr, novamente à esquerda, a caminho da Barragem de Montargil, onde, na área do Rasquete, fiz mais umas corricagens, sem qualquer êxito, como já expresso acima.

Em suma, acabámos por ter um dia bem passado. Fizemos os últimos 70km directos a casa, onde sabe sempre bem regressar e, desta vez, ainda bem cedo, com tempo para retirar as bagas da aroeira e ajeitar e colocar as estacas dos mirtilos, urzes e outros, no respectivo tabuleiro. 


Querendo, clique abaixo para ver o local.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Diabetes - Ralado ou talvez não.

Na verdade, tenho levado uma vida algo descontraída no que toca a cuidados com a alimentação, embora , por causa do colesterol elevado desde bastante jovem, sempre tenha evitado enchidos e demasiada gordura. Porém nas duas principais refeições, que nunca dispenso, sempre tive o costume de comer até completa satisfação, por vezes quase até "não caber mais".


No que toca ao convívio, levei anos em petisquinhos nas adegas da zona. Gosto muito de vinho, especialmente tinto, pelo que, admito, já "filtrei" umas boas pipas.
Considero que, devido a este hábito,  raras vezes me embebedei. Nunca caí, tive acidentes, ou prejudiquei a minha vida profissional, pessoal ou familiar.
No entanto, passei demasiado tempo a bebericar, sempre a "chumbar" o fígado que, sossegadamente, foi engordando e sobrecarregando o meu metabolismo.


Nas minhas análises, pouca coisa apresentava valores normais, com excepção da contagem PSA, sempre muito abaixo do normal e, para meu contentamento, a glicose sempre estava correcta, embora a rondar o tecto superior, o que me fazia julgar imune à diabetes.


Eis que, no último resultado, surgiram 120mg/dl, pelo que, considerando a concorrência com todos os maus valores, o facultativo determinou, e bem, que fizesse um exame específico à diabetes.


Resumindo: depois de 1/2 litro de água doce, nova "pica" e o resultado - "diabético!".


Inicialmente fiquei perturbado, mas depois, face às contagens moderadas, encaixei perfeitamente a situação e passei a ver as coisas pelo lado positivo.
Afinal não estou proibido de nada que seja importante. Deixei de comer alambazado e passei a alimentar-me com outra decência, e bem. Abandonei as duas refeições abrutalhadas e passei a ingerir alimentos por seis ou mais vezes ao dia, sendo que, ao almoço e ao jantar, paro sempre que saciado e não depois de demasiado cheio.
A técnica passa por comer lentamente e nunca atafulhando a boca de alimentos que, afinal, mal chegava a saborear.


Assim, sempre que tenho sinais de fome (coisa que raramente tinha) alimento-me. Passo a vida a comer algo e o facto é que a balança regista menos 5kg num lapso de menos de 60 dias.



Acredito que a minha diabetes me vai trazer mais saúde. Estou convencido de que as minhas contagens de colesterol, trigliceridos e acido úrico vão melhorar, mas isso vou saber para o fim do mês.
 Entretanto já noto alguma melhoria no que respeita à apneia do sono, embora continue a necessitar do CPAP (pequeno ventilador). 
Continuo a beber o meu tinto, obviamente que com muito mais moderação e se há festa, alegremente rompo um pouco as regras, como tenho feito no âmbito familiar, ao fim-de-semana.

Estes foram consumidos em família, no sábado passado, a modos a comemorar o aniversário do nosso casamento, que na véspera perfez 33 anos.
Bebi uns tintos de boa marca (caro) e comi demasiado durante o dia.


Depois passei algo mal, provavelmente devido a umas moelas estufadas, que comi num arraial popular.

... depois o Xico foi caçado, surpreso, a observar o pessoal. Flagrante feliz da Conceição.


... e hoje de tarde, flagrei eu esta.